Caminho de Humanidade...

Há um caminho...
Nesse caminho encontramos amores e dissabores,
Nele não há certezas e honras.
Nesse caminho há apenas a vontade certa de penetrar o incerto, mergulhar no mistério e envolver-se pela contemplação de eternidade...
Ah... que eternidade!
A eternidade dos simples que se fazem no tempo.
O tempo dos fracos que se fortificam nos sonhos...
A vida vivida dos que comigo partilham a esperança...
E de repente, no caminho, jaz apenas o encontro: entre o EU que em mim centelha e o TU que em ti contemplo...
Caminhando, enfim, encontro com aqueles que aceitam ser simples; com aqueles que, sendo simples, tornam-se grandes e, sendo grandes, tornam-se detentores de uma sublime humanidade...




Não existe amor maior...

Não existe amor maior...
De repente a gente descobre que não pode mais estar sozinho... que nem a incompletude nossa é capaz de conformar-nos com a ausência de quem nos completa... E então a gente descobre que não pode viver sem o encanto, o carinho, a presença, o amor que Deus nos presenteia...

O que significa ser mestre...

O que significa ser mestre...
Neste dia, a maestria se fez presente na singeleza dos gestos e na simplicidade de quem é sábio na inteireza... de quem é inteiro na sabedoria e humanidade.

sábado, 4 de junho de 2011

Bem e Mal: expressões da liberdade humana

Se há temáticas mais intrigantes que a discussão acerca do bem e do mal com certeza elas se juntam num mesmo hall de indagações. Santo Agostinho, na sua obra "O Livre Arbítrio", refaz o seu caminho de considerações acerca dessas temáticas e defende a ideia de que o mal não existe por si mesmo como um elemento absoluto. Absolutizá-lo seria colocá-lo no mesmo patamar do Bem divino, do bem proveniente unicamente do coração de Deus. Assim, o mal passa a ser não um adversário do Bem na mesma proporção de potencialidade. O mal passa a ser a "desvirtuação" do Bem. O que existiria, portanto seria o Bem enquanto realidade plena e absoluta porque provém da única e Absoluta realidade: Deus.
De onde provém o mal, então? Ali, expressa-se uma das primeiras considerações da Teologia do Pecado após os primeiros escritos cristãos presentes nas cartas do Apóstolo Paulo. A ideia de pecado é a ideia de perda. Perda de uma condição. Essa perda está diretamente ligada à ideia de mal, elemento contrário à soberana vontade divina. Desde então, Bem e Mal, Graça e Pecado, passaram a ser elementos de discussão nos diferentes areópagos das religiões, em especial o Cristianismo.
É interessante que ao pensar em Bem ou em Mal apenas nos preocupemos com a sua proveniência. Como que definitivamente só os cumprissemos pela confiança ou desconfiança na sua origem. Na vedade há algo muito maior que isso e que Santo Agostinho lembra nas suas obras, mesmo que para ele o fundamental seja seguir a risca o próprio Criador, que se confunde com a própria liberdade.
Numa perspectiva de Filosofia e Teologia, a Liberdade só se encontra no indivíduo. Não é o ato de saber a origem de algo que nos leva a optar. Pode até ser um dos elementos de análise, mas não será o único. O que nos leva a optar por algo pertence ao âmbito da Consciência humana, ao âmbito de escolhas livres que tocam ao que há de mais profundo no ser humano. A escolha livre e o exercício da verdadeira liberdade, ao contrário do que muitos teólogos puritanos possam pensar, inclui também a possibilidade de escolher o diferente, o oposto, a negação do que se espera como sendo verdadeira liberdade. A Liberdade não esbarra no âmbito da religião, mas a mesma a compreende. A Liberdade não resume a complexidade que o humano carrega, mas o considera como um ser aberto, capaz de fazer novas opções por elementos que lhe são interiores e não meramente dogmáticos ou exteriores.
A arte da liberdade, portanto, longe de ser resumida ao âmbito de dogmas que se cristalizam, é um campo aberto para a afirmação humana que se flexibiliza. Não se restringe aos caprichos de uma religião que dogmatiza a existência, mas também não pode se restringir aos exageros de ume existencialismo que relativiza a Transcendência. Não há liberdade fora da existência, assim como não há existência que não considere a possibilidade de Transcendência.
Nesse sentido, portanto, não podemos simplesmente nos preocupar com a questão da origem do Bem e do Mal. Temos que ir além. Como já dizia o próprio Kant, a questão não é simplesmente afirmar o universal, mas ver a possibilidade das suas aplicações morais no âmbito da decisão humana, no âmbito do dever.
Bem e Mal não nos importa. Importa-nos, sim, em que condições se opta pelos mesmos. Em que condições a razão humana opta por valores em detrimento de outros. O que na verdade é valor e o que se impõe como contravolor. O que na realidade é existência o que não passa de ilusão. Para nós, também isso corresponde ao TEMPO DE SER...

Nenhum comentário:

Postar um comentário