Caminho de Humanidade...

Há um caminho...
Nesse caminho encontramos amores e dissabores,
Nele não há certezas e honras.
Nesse caminho há apenas a vontade certa de penetrar o incerto, mergulhar no mistério e envolver-se pela contemplação de eternidade...
Ah... que eternidade!
A eternidade dos simples que se fazem no tempo.
O tempo dos fracos que se fortificam nos sonhos...
A vida vivida dos que comigo partilham a esperança...
E de repente, no caminho, jaz apenas o encontro: entre o EU que em mim centelha e o TU que em ti contemplo...
Caminhando, enfim, encontro com aqueles que aceitam ser simples; com aqueles que, sendo simples, tornam-se grandes e, sendo grandes, tornam-se detentores de uma sublime humanidade...




Não existe amor maior...

Não existe amor maior...
De repente a gente descobre que não pode mais estar sozinho... que nem a incompletude nossa é capaz de conformar-nos com a ausência de quem nos completa... E então a gente descobre que não pode viver sem o encanto, o carinho, a presença, o amor que Deus nos presenteia...

O que significa ser mestre...

O que significa ser mestre...
Neste dia, a maestria se fez presente na singeleza dos gestos e na simplicidade de quem é sábio na inteireza... de quem é inteiro na sabedoria e humanidade.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O papel do psicopedagogo na gestão escolar

II FÓRUM FACOL EM LIMOEIRO


Prof. Ms. Patrocínio Solon Freire[1]

Somos do tecido com o qual se fazem os sonhos
(Shakespeare)

O possível é um pássaro misterioso sempre
 planando acima do homem
(Victor Hugo)


Quero agradecer à Coordenação do II Fórum Facol, na pessoa do Prof. Mazurky Gomes, pelo convite que me foi feito. Sinto-me ousado em ocupar esse espaço. Mas ao mesmo tempo honra-me saber que as atenções de hoje foram orientadas por um único eixo: Educação e Administração. Venho de um mundo que é de sonhos... sou filho de mestres e mestras sonhadores. Pessoas que souberam administrar com maestria os caminhos da educação.

E quando digo que sou ousado em ocupar esse lugar sinto-me na obrigação de dizer que muitas pessoas poderiam estar aqui no meu lugar. Isso me tranquiliza. Mas, ao mesmo tempo, me responsabiliza. O tema a mim oferecido refere-se ao papel do psicopedagogo na gestão escolar. Grandes mestres e mestras já foram capazes de discorrer acerca desse tema. E isso nos dá uma liberdade maior para tocarmos em aspectos indiscutivelmente necessários à compreensão do enlace entre pisicopedagogia e gestão escolar.

Quero, no início da minha fala, convidar a todos para fazer uma viagem pelo livro da nossa vida, o livro da nossa existência. A existência é um belíssimo livro. Ninguém pode fazer uma excelente leitura desse livro se não aprender a ler as pequenas palavras. Estamos falando das coisas simples. Da simplicidade das coisas.

Um país, nos diz Rubem Alves, “se constrói da mesma forma como se constrói uma casa”. Essa casa é um sonho. Mas não se pode morar numa casa sonhada. Os sonhos, sozinhos, são fracos (...) O sonho, para transformar a casa sonhada em casa de verdade, chama em seu socorro a inteligência. A Inteligência é o poder que torna possível a realização dos Sonhos. Um país é uma casa grande onde construímos nossas pequenas casas. Um país é uma casa de casas... constrói-se um país da mesma forma como se constrói uma casa. Com uma diferença. Para eu construir a minha casa, bastam o meu Sonho e a minha Inteligência. Mas, para se construir essa grande casa chamada país, é preciso que muitos sonhem o mesmo sonho (...)

As escolas devem ser o espaço onde alunos e professores sonham e compartilham seus Sonhos. Mas os Sonhos não bastam... requer-se a inteligência...

O que sobrou em você de tudo o que você teve de aprender na escola? Você esqueceu, porque aqueles saberes não eram resposta aos seus sonhos. É assim que construímos a nossa vida: com Sonhos e Inteligência. É assim que se constrói um país melhor: com Sonhos e Inteligência. Esse é o programa da educação”.

Falar de psicopedagogia e gestão escolar é falar de uma mesma realidade: a educação. É esta a missão da educação: humanizar as pessoas e tornar humanos os seus atos enquanto atos condutores de significativadade; formar um povo, ajudar as pessoas a sonhar sonhos comuns para que, juntas, possam construir.

Mas construir o quê? para quê e para quem? Uma educação para as escolas apenas? Uma educação humanizadora requer um debruçar-se sobre os processos humanos: suas idiossincrasias e seus ideais. Nesse ínterim, encontram-se educadores e educandos, sujeitos de um mesmo processo, atores e autores de uma mesma tarefa pedagógica, porém, distinta pelas formas e posições que ocupam.
Assim, há de se perguntar pela relação entre psicopedagogia e educação não a partir dos sujeitos de fora da instituição escolar, mas a partir dos sujeitos de dentro. Para tanto, precisamos localizar os contextos: o que significa na realidade psicopedagogia e gestão escolar. A partir disso, poderemos trazer os elementos que nos farão implementar a ação psicopedagógica enquanto instrumento da Inteligência Criativa: lugar onde se concretiza o encontro.

1.    A psicopedagogia e Psicopedagogo

Logo que vemos o nome psicopedagogia de imediato associamos à ideia de psiché, de forma mais expressiva, enquanto instrumental de trabalho pedagógico a disposição dos gestores e professores nas instituições escolares. Esquecemos, porém, que a psiché é uma caracterização do aspecto humano que orienta para elementos da alma, elementos do espírito que se desenvolvem em forma de personalidade dos sujeitos. Então, damo-nos conta de que a psicopedagogia não é o reduto de psicólogos que ali estão para teorias ou concluir esquemas científicos. Damo-nos conta de que a psicopedagogia é um campo aberto de

“... atuação em saúde e educação que lida com o processo de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio-família, escola e sociedade, no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia.” 
(Código de Ética da ABPp, 1996)

“Área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades e que, numa ação profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sistematizando-os”
( Scoz, 1992)

A psicopedagogia tem um papel decisivo no bom desempenho escolar, pois trabalha com as dificuldades de aprendizagem e suas vicissitudes.

 
  1. O encontro e suas formas


♦ A análise de diversos modos de realidade nos permite uma descoberta decisiva na vida humana: o encontro só é possível entre âmbitos, não entre objetos.
☺ Entreveramento: forma de presença – um modo altíssimo de união que ocorre de forma particular na inter-relação de duas pessoas
☺Transformação de objeto em âmbito (?) – significa: possibilidade de agir com sentido a partir do encontro.
Novo humanismo da unidade: o encontro do ser humano com outras pessoas e com outros elementos que possuem ou podem possuir o caráter de âmbito.

O encontro implica um entreveramento de âmbitos

Relação de proximidade e presença: implica criatividade: modo valioso de relação.
            presença – proximidade lúdica: intercâmbio de possibilidades.
            proximidade – eliminação da distância espacial.
♦ Novo esquema mental: do EU-ISSO                EU-TU = modo de conceber as relações.
♦ Teoria dos âmbitos: relação com realidades que não são nem ISSO e nem chamadas Âmbitos de realidade.
♦ Um entreveramento do condutor e do veículo:
            ☺condutor + carro = campo operativo – um campo de ação = “âmbito”
☺oferta mútua de possibilidades supõe um entreveramento criador = uma forma fecunda de unidade -  “acoplar-se ativamente”.
☺ motociclista + “pacote” = relação de interação com a moto
uma terceira realidade: a moto no ato de ser conduzida e o ato de condução, entrelaçamento de dois âmbitos, unidade na qual adquirem pleno sentido as realidades que a integram.

O jogo criador transforma os objetos em âmbitos

outorgar aos objetos o caráter de âmbito possibilita o encontro: realidade transfiguradora.
            ☺ mesa (trabalho), tábua quadrada (xadrez), poltrona (descanso), presente
            ☺ rede de interações constituída pela nossa existência humana autêntica.
☺os bens que a pessoa possui adquirem um nível elevado quando são assumidos numa relação de amor oblativo, generoso: deixam de ser meios para os próprios fins e satisfação, convertendo-se em meios nos quais se estabelecem relações de encontro.
☺ o mundo adquire caráter caseiro quando o homem aprende a habitar, no sentido ativo de criar tramas de vínculos amistosos: “Descobri uma grande verdade, a saber: que os homens habital [...] e que o sentido das coisas muda para eles de acordo com o sentido da casa” – “cativar significa criar laços” (Saint Éxupéry).

A fecundidade da ampliação da ideia de encontro.

A descoberta dos âmbitos e de seu poder de entreverar-se amplia a ideia de encontro e alarga horizonte da vida humana de forma inimaginável. Transforma nossa visão de universo e d enossa situação nele. Orienta nossa atividade a um ideal muito mais ajustado ao ser do homem: o estabelecimento de modos relevantes de unidade.
☺aquele que cria vínculos e converte a siimples morada em lar enche sua vida de sentido até às bordas e se sente alegre e feliz.
☺ o vazio espiritual se transforma em plenitude e o desespero, em felicidade interior quando ohomem abandona o afã de dominar realidades, reduzidas a objetos, e se dedica a colaborar (“participar”) com elas, consideradas como âmbitos = entreveramento de âmbitos.
a participação do homem na realidade qu eo rodeia realiza-se pela via do entreveramento de âmbitos, não do domínio de objetos ou de realidades não-objetivas reduzidas a objetos.



2.1.O encontro inter-humano e suas exigências

“Encontro”: significar entreverar um âmbito de vida próprio, e o quanto ele implica, com realidades que possam oferecer possibilidades e receber as que lhe são outorgadas. Quanto maior for o número de âmbitos que se entreveram mais elevado e fecundo será o encontro.
            ☺é um acontecimento relacional.

Como estabelecer modos valiosos de unidade

a primeira condição para estabecer modos elevados de unidade é combinar modos de realidade diferentes e complementares.
☺as realidades que combinam em si diversos modos de realidade – o objeto e o ambital – têm o poder de manifestar-se dotadas de possibilidades.
☺o encontro não acontece em qualquer tipo de realidade: somente nos âmbitos.
♦ Questões básicas na formação humana: o que é o encontro, quais são suas exigências, que frutos ele produz, qual é o seu veículo expressivo.

O que é o encontro

Encontro: significa entreverar o próprio âmbito de vida com o de outra realidade que reage ativamente diante da minha presença.
            ☺ encontrar-se é achar-se presente, intercâmbio de possibilidades.
☺ o sorriso enquanto encontro e integração expressiva: “os intelectuais desmontam o rosto para explicá-lo por partes, mas já não vêem o sorriso” (Saint-Exupéry).
☺o sorriso é encontro porque mobiliza o conjunto da pessoa.
A forma de modelar de encontro ocorre entre seres pessoais.
☺Ser humano – modos de realidades mais distintos: o material-corpóreo e o psíquico-espiritual.
            ☼ sumamente expressivo: intimidade que pode ser revelada ou ocultada.
☼ sabe que tem um “dentro”, um lugar reservado onde se sente independente, livre, autônomo, absoluto.
☼ cada pessoa tem um caráter próprio. É irredutível  aoutras. É insubstituível, impermutável.
            ☺ a pessoa assume apelos e respostas.
apelar: significa convidar a assumir ativamente um valor e realizá-lo na própria vida.
responder: implica assumir um valor, e a forma de fazê-lo constitui um apelo a quem fez o primeiro convite.
☺entre pessoas, seres abertos à vida criativa, o entreveramento é mais intenso e fecundo do que entre uma pessoa e um âmbito infrapessoal, ou entre dois âmbitos infrapessoais.
☼ importante: converter a proximidade em colaboração ou entreveramento de âmbitos.
☼ para ser criado, esse ato coloca uma exigência concreta:  assumir as exigências da criatividade, que são as mesmas do encontro: “o homem é criador em diálogo, não a sós. Ao estudarmos por dentro e nos pormenores as condições que tornam possível o diálogo, descobrimos a articulação interna dos processos criativos. E isso significa uma inserção no mais profundo da vida humana. À medida que fomos nos aprofundandando nela, veresmos nitidamente que pensar com rigor e viver criativamente se implicam e se ajudam entre si.

Exigências do encontro

♦ Primeira exigência: atitude de generosidade e abertura de espírito.
☺ “Para encontrar-me com você, preciso tratá-lo como um tu, não como um isso. Preciso respeitar sua condição pessoal, vê-lo como uma realidade autônoma, um centro de iniciativa. Quem diz tu a um outro não possui coisa alguma, não possui nada, mas está em relação” (Buber).
☺ o valor da relação está no caráter criador de tal relação.
Diálogo: campo de jogo e de iluminação: lugar de enriquecimento.
☺ Na colaboração e não na dominação, é que reside uma certa dose de generosidade.
♦ Segunda exigência: situar-se a distância justa.
            ☺a posição de proximidade a distância chama-se RESPEITO.
☺ entreveramento de duas realidades: devem ser distintas e não estranhas; próximas, não fundidas; a distância, mas não afastadas = essa distância fecunda não comporta o afastamento, mas a PERSPECTIVA: “Ter perspectiva é indispensável em todo jogo” (físico e lúdico).
☺ dois tipos de distância: a física e a espiritual: “A ‘distância de perspectiva’ e a vontade de colaboração.
“A presença pede equilíbrio entre imediatez e distância”.

Âmbito + Âmbito = Encontro
Imediatez + distância = Presença: significa um ponto de equilíbrio entre dois extremos, que são a fusão e o afastamento.
Presença: Fusão ← Imediatez + distância → afastamento

a distância pode se desestruturar e converter-se em afastamento. Ao afastar-se, ohomem perde o contato com a realidade à qual deve se unir, tornando impossível a presença e o encontro: “A degeneração da distância é o afastamento” – “todo conhecimento pede distância de perspectiva” – capacidade de sobrevoar o que acontece “na obra”.
♦ Terceira exigência: evitar o reducionismo.
☺ um ser só estabelece relações de jogo, presença e encontro quando age com toda energia e sua riqueza de possibilidades, quando age como âmbito e não como objeto.
“Ir é estar em nós mesmos...”
♦ Quarta exigência: tolerar o risco que implica a entrega. O encontro nos traz riscos. Sem encontro não podemos realizar-nos como pessoas.
            ☺ duas formas pelas quais nós mesmos podemos conceber e orientar nossa existência.
☼ a criatividade por meio do risto – filosofia dialógica ou personalista: próximo a uma certa distância.
                        ☼ a segurança sem criatividade – o vitalismo: amparo da fusão ou do domínio.
Quinta exigência: estar disponível ao companheiro de jogo. Atitude disponível a correr riscos – assumir as outras possibilidades que as outras realidades oferecem.
♦ Sexta exigência: veracidade e confiança. Mostrar-se quem é para entreverar o meu âmbito com o seu. As máscaras geram desconfiança. Da confiança, brota a confidência, aceleração do encontro: confiança, confidência, fidelidade e fé (fid): fiducia, confidência, fidelitas, fides) – engendram intimidade pessoal.
♦ Sétima exigência: a gratidão e a paciência. O agradecido acolhe de bom grado tudo aquilo que o enriquece; é paciente aquele que sabe ajustar-se ao ritmo de outras pessoas, ao tempo que imprimem ao seu comportamento.
Oitava exigência: capacidade de admirar o que é valioso e de se surpreender. Para surpreender-se  é necessário ter capacidade de admiração e de surpreendimento. A pessoa é capaz de admirar o grande e o sublime quando está orientada para o alto. O homem aberto desse modo funda espaços de acolhimento do valioso.
Nona exigência: a compreensão e a simpatia. Atitude compreensiva requerum imenso respeito à pessoa do outro, dando-lhe categoria. Simpatia: a facilidade para sintonizar com os demais, para ajustar-se aos seus gostos e ao seu modo de ser, para ritmar o passo com o deles, vibrar com suas aventuras e desventuras.
Décima exigência: a ternura, a amabilidade, a cordialidade. O entreveramento implica uma forma intensa de união que deve ser facilitada pela doçura de tratamento, pela cordialidade, pela amabilidade, pelo bom humor, pela suavidade de expressão.
Décima primeira exigência: a flexibilidade de espírito. Quem é flexível se mostra pronto para conectar-se com os outros para adotar a perspectiva deles e descobrir a parte da razão que eles eventualmente possam ter (ex. diálogo).
Décima segunda exigência: a fidelidade. É a capacidade espiritual – virtus – de dar cumprimento às promessas. Prometer é uma ação soberana, que implica lucidez e liberdade. A fidelidade para ser criadora, está unida à flexibilidade, não à teimosia.
Décima terceira exigência: partilhar valores e, sobretudo, o grande ideal da vida. Entreverar implica partilhar os valores, especialmente os mais altos, que culminam no valor supremo, aquele que dá sentido a tudo: o ideal. O verdadeiro ideal: criar formas valiosas de unidade.


Quem aqui já assistiu “Patch Adams – o amor é contagioso”, deve se lembrar do momento em que a comissão médica iria julgar se ele era apto ou não para o exercício da medicina por conta do funcionamento de um clínica. Quando perguntado se ele havia tratado de pacientes, ele assim responde:

“... Cada um que vai à clínica é paciente. E cada um que vai também é médico. Todos precisam de alguma forma de ajuda física ou psicológica. São pacientes. Mas todos que vão também cuidam dos outros. Cozinhando, limpando ou simplesmente ouvindo. Isso faz deles médicos. Desde quando deve-se tratar o doutor com tanta reverência? Quando o doutor passou a ser mais que o amigo de confiança e de conhecimento que visita e trata dos doentes? Se praticar a medicina é receber os que precisam de ajuda, que sofrem, cuidar deles, ouvi-los, pôr compressas frias até a febre baixar. Se isso é exercer a medicina ou tratar de pacientes, então eu sou culpado.

Ao que lhe é indagado: “...E se morresse um paciente”...

Respondeu ele: “...Que tem a morte de errado? Por que não tratarmos a morte com humanidade...dignidade, decência e até com humor? A morte não é um inimigo. Se quiserem enfrentar um mal, enfrentem o mal da indiferença (...) Todo ser humano causa impacto nos outros (...) por que evitar a relação? (...) o que ensinam está errado. A missão do médico deve ser não apenas a de evitar a morte, mas melhorar a qualidade de vida. Tratando o mal, se ganha ou se perde. Tratando o indivíduo, garanto que vão ganhar (...) não se deixem anestesiar pelo milagre da vida. Sempre se extasiem pela glória do corpo humano. Concentrem-se nisso e não em procurar notas que não indicam o tipo de médico que serão (...) não esperem demais para recuperar a humanidade. Aprendam a entrevistar, a falar com estranhos, com amgos, “enganos”, com todos (...) aprendam a ter compaixão. (...)  e conclui: “QUERO SER MÉDICO DE TODO O MEU CORAÇÃO! Queria ser médico para ajudar o próximo. Por causa disso perdi tudo, mas também ganhei tudo (...) compartilhei da vida de muitos. Rimos e choramos juntos. Quero dedicar a vida a isso. E hoje, seja qual for sua decisão, juro por Deus que vou chegar a ser o melhor médico de todo o mundo. Podem impedir que eu me forme. Podem me negar o título e a bata branca. Mas não podem dominar meu espírito nem evitar que aprenda. Não podem me impedir de estudar. Portanto, têm uma escolha. Podem me ter como um colega apaixonado ou como um intruso, mais ainda inquebrantável. Seja como for, ainda vou ser um espinho. Mas prometo, vou ser um espinho que não podem arrancar. 

Que a mágica dessa palavras iluminem as nossa ações e a nossa educação.
A título de conclusão, gostaria de convidá-los a revisitarem os sonhos humanos... os desejos dos jovens. Façamos o salto do nosso mundo para o mundo dos jovens. Um mundo de angústias, mas de profundas potencialidades; um mundo em mutação, mas cheio de sentido; um mundo de questionamentos e denúncias, porém, encantado pela potencialidade única de nos chamarem para a dança... de aprendermos novos passos e, junto com eles, também ensinarmos na cumplicidade de quem ama.

O pátio, queridos educadores e educadoras, é a tua sala de aula; e a sala de aula, queridos educadores e educadoras, é a tua vida . É lá realmente que deves conhecer o jovem que deves amar.

É este o nosso sonho... é esta a nossa esperança. Somos nós e os outros...somos em encontro. Findo citando o Eterno pastor de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara: NINGUÉM DE NÓS É MAIS IMPORTANTE DO QUE TODOS NÓS JUNTOS. Muito Obrigado!













[1] Pesquisador da área de Teoria e História da Educação, Educação e Espiritualidade, Filosofia da Educação e Formação Humana. Mestre em Teoria e História da Educação (UFPE), Especialista em Gestão Educacional (FEBA-BA) e Teoria e Meios de Comunicação Social (PUC-SP), Bacharel em Teologia (UPS-Roma) e Licenciado em Filosofia (UNICAP). Atualmente desenvolve pesquisa doutoral (UFPE) na área de Educação e Espiritualidade, versando estudos sobre integralidade humana e Educação. Atua no magistério do Ensino superior (graduação e pós-graduação) e exerce atividade de consultoria educacional nas diferentes instituições de Ensino.