Caminho de Humanidade...

Há um caminho...
Nesse caminho encontramos amores e dissabores,
Nele não há certezas e honras.
Nesse caminho há apenas a vontade certa de penetrar o incerto, mergulhar no mistério e envolver-se pela contemplação de eternidade...
Ah... que eternidade!
A eternidade dos simples que se fazem no tempo.
O tempo dos fracos que se fortificam nos sonhos...
A vida vivida dos que comigo partilham a esperança...
E de repente, no caminho, jaz apenas o encontro: entre o EU que em mim centelha e o TU que em ti contemplo...
Caminhando, enfim, encontro com aqueles que aceitam ser simples; com aqueles que, sendo simples, tornam-se grandes e, sendo grandes, tornam-se detentores de uma sublime humanidade...




Não existe amor maior...

Não existe amor maior...
De repente a gente descobre que não pode mais estar sozinho... que nem a incompletude nossa é capaz de conformar-nos com a ausência de quem nos completa... E então a gente descobre que não pode viver sem o encanto, o carinho, a presença, o amor que Deus nos presenteia...

O que significa ser mestre...

O que significa ser mestre...
Neste dia, a maestria se fez presente na singeleza dos gestos e na simplicidade de quem é sábio na inteireza... de quem é inteiro na sabedoria e humanidade.

domingo, 4 de março de 2012

Quando as dúvidas nos inquietam...

Não são poucas as vezes em que somos indagados acerca de algumas situações existenciais. Na maioria das vezes trata-se mais de incertezas que assolam o humano do que propriamente dúvidas que podem ser resolvidas com respostas simples.

A juventude é 'expert' em nos indagar. Indagam-nos acerca da corporalidades e da inteireza do amanhã; sobre o desamor de hoje e a possibilidade do amor de amanhã; sobre as dores de hoje e as alegria de amanhã; sobre a vida e a morte; sobre o espírito e o corpo. E assim por diante...

Como explicar tantas dúvidas? Não seria melhor perguntar: por que não entendemos a humanidade que temos e a condição que somos? Por que sempre buscar o infinito quando o finito nos aperta? Por que falar de espírito quando o corpo nos questiona? Por que, enfim, perguntar pelas causas primeiras quando as últimas já não são as que imaginávamos ser?

Pois é... As angústias da vida são a marca registrada da nossa humanidade. Nunca estamos satisfeitos. Somo incompletos, inacabados, cavaleiros fiéis ao caminho da completude - nunca alcançada, talvez buscada, inimaginável - , mas sempre a caminho ...

Somos a dor que passamos, mas também somos a pergunta pela superação das ameaças de dor. Somos pessoas tristes, mas também somos instigadores de uma alegria que não para na tristeza, não se rende à angústia e não se contenta com o ódio. Somos a parte e o todo: sabendo-nos parte, tornamo-nos todo e, sabendo-nos todo, igualmente ou diversamente, somos o todo da/na parte...

Somos a busca e o encontro. Somos a chegada e a partida. Somos a quietude e a inquietação. Somos o ir e o vir. Somos a completude e o inacabamento.

E sabe por quê?

... porque o descontentamento que nos assola é menor que a esperança que nos aflige.
... porque o horizonte que nos afirma é muito mais ativo que a imanência que nos limita.
... porque a interioridade que em nós borbulha é muito mais verdadeira que a exterioridade que nos devora.

E então, damo-nos conta de que as indagações que nos são colocadas pela condição humana não passam de inquietações fortes (mais...ou menos...) do nosso "ato" prenhe de existir. É a explicitação dos momentos nos quais nos encontramos e que, de uma forma ou de outra, somos levados a lembrar de questões cruciais e fundantes das nossas buscas...

Serão saciadas essas questões? Talvez por um momento...mas são questões que continuarão a existir... Um outro dia, elas novamente surgirão, buscando novas respostas, novos caminhos...porém, sempre velhas questões que mais uma vez se encontrarão diante de novas situações indagadoras...

E assim, então, daremo-nos conta de que nós e nossas indagações são elementos perenes do nosso ato de viver. Mudam apenas as situações...ah...mas com essas, nós aos poucos vamos aprendendo a lidar...

O importante mesmo é viver apaixonadamente pelo ato de existir. E, com ele, o nosso ato de querer respostas pelo menos para aquele ato. No mais: resta-nos esperar novos momentos...resta-nos esperar novos momentos de indagações.